As experiências que cada ser humano tem ao longo da vida resultam na forma com que ele irá enxergar a si, aos outros e o mundo. Ou seja, a forma com que você interpretou o tratamento recebido por pessoas significativas da sua vida (cuidadores, amigos, colegas da escola, professores, familiares) influencia diretamente na forma com que você pensa, sente e age hoje no presente. Essas vivências são as responsáveis pela formação das crenças de cada um.
As crenças centrais (ou nucleares) são formadas desde a infância, se solidificam e se fortalecem ao longo da vida. São entendimentos que as pessoas têm de si mesmas, sobre o mundo e sobre os outros, tão fundamentais e profundamente enraizados na psique que com pouquíssima frequência são questionados — isto é, são tomados como verdades absolutas.
Além disso, essas crenças costumam ser rígidas, inflexíveis, globais e supergeneralizadas. Por exemplo, digamos que o seu chefe tenha chamado a sua atenção por conta de um trabalho que você entregou, ou que o seu parceiro romântico tenha terminado o relacionamento com você. Seus pensamentos automáticos são: “eu faço tudo errado”, “eu sou um fracasso”, “ninguém me ama mesmo”, “eu sempre estarei só” etc.
Na Terapia Cognitiva Comportamental, as crenças centrais são de desamparo, desamor e desvalor
A sensação predominante é a incapacidade. O indivíduo se sente incapaz de fazer as coisas, se relacionar e se proteger.
A pessoa pensa ser frágil, vulnerável, carente, incapaz, incompetente, fracassado, descontrolado, inadequado.
Pensamentos recorrentes são: “não consigo mudar”, “não sou bom o suficiente”, “não consigo fazer isso”, “jamais aprenderei isso”, “eu sou um fracasso”, “eu não consigo fazer nada direito”.
Essa crença central envolve a sensação de não ser amado ou amável. Pode se manifestar como uma profunda sensação de solidão, rejeição e desconexão emocional. Pessoas com essa crença podem ter dificuldade em se abrir para relacionamentos íntimos e se sentir merecedoras de amor e afeto.
O indivíduo acredita ser indesejável, indigno de amor, defeituoso, imperfeito, sem atrativos, abandonado, rejeitado, sozinho.
Pensamentos recorrentes são: “serei abandonado, ninguém gosta de mim”, “sou indesejável, feio, diferente, defeituoso, não sou amado, não sou bom o suficiente para ser amado”, etc.
Essa crença está relacionada com a percepção pessimista e desvalorizada sobre si próprio. O sujeito alimenta o pensamento de que é moralmente ruim, por ter algo dentro dele que é terrível. Assim, entende que não tem valor algum, não sendo digno de atenção e não merecendo nada.
Pensamentos recorrentes são: “não mereço nada”, “não mereço viver”, “não sou digno de atenção”, “não tenho valor, sou um lixo”; “sou cruel; “sou mau”.
O ponto de partida consiste em cultivar uma maior autocompreensão e promover a reflexão sobre suas crenças fundamentais. Observe atentamente seus padrões de pensamento, emoções e ações. Esteja vigilante em relação a autocríticas, autossabotagem e autodepreciação. Identificar e admitir suas crenças negativas é um passo crucial para iniciar o processo de transformação.
Questionar suas crenças centrais é a etapa seguinte na jornada de mudança. Desafie a validade de suas crenças e avalie as evidências que as sustentam.
Indague a si mesmo: “Essa crença é realmente precisa? Existem provas em contrário?”. Procure exemplos em sua vida que contradigam suas crenças negativas.
Uma vez que tenha questionado suas crenças negativas, é o momento de reformulá-las e adotar crenças alternativas mais saudáveis. Busque perspectivas mais realistas e fortalecedoras. Por exemplo, se você acredita que nunca vai aprender algo, substitua por “Eu sou capaz de aprender uma vez que eu me esforce e me empenhe. Já aprendi coisas antes (lembre-se de coisas que achou que não aprenderia mas conseguiu)”.
Enfrente gradualmente situações que desafiam suas crenças centrais negativas. Dê passos pequenos e progressivos para provar a si mesmo que suas crenças negativas não são válidas.
Por exemplo, se você acredita que é incapaz de realizar algo, comece com tarefas mais simples e vá aumentando o grau de dificuldade à medida que alcança o sucesso.
Por último mas não menos importante: reconheça e celebre as pequenas conquistas enquanto trabalha em suas crenças fundamentais negativas.
Lembre-se de que o processo de lidar com crenças centrais é contínuo e demanda tempo. Seja paciente e gentil consigo mesmo ao desafiar e transformar essas crenças.
Com persistência, dedicação e o suporte apropriado, é possível desenvolver uma mentalidade mais realista, saudável e capacitadora que impulsionará seu bem-estar emocional e seu crescimento pessoal.
O modo Supercontrolador na Terapia do Esquema é uma resposta disfuncional aos esquemas centrais de uma pessoa, surgindo como uma estratégia de enfrentamento para lidar com emoções dolorosas, vulnerabilidades e sensações de descontrole. Esse modo envolve a tentativa de controlar a si mesmo, os outros ou o ambiente de maneira excessiva, rígida e muitas vezes … Continue reading Modo Supercontrolador – Terapia do Esquema
Leia maisO Modo Adulto Saudável é o objetivo central da Terapia do Esquema, pois representa a parte da personalidade que age de forma equilibrada, madura e funcional. Esse modo é responsável por regular as emoções, atender às próprias necessidades, tomar decisões conscientes e manter relacionamentos saudáveis. Ele também tem o papel de acolher os modos infantis … Continue reading Modo Adulto Saudável – Terapia do Esquema
Leia maisO modo Pai Exigente é uma das vozes internas da Terapia do Esquema que representa uma figura interna que pressiona a pessoa a seguir regras rígidas, a alcançar padrões extremamente elevados e a sempre se comportar de acordo com expectativas muito estritas. Diferente do Pai Crítico/Punitivo, que pune e critica por falhas, o Pai Exigente … Continue reading Modo Pai Exigente – Terapia do Esquema
Leia mais